maio 21, 2012

Mercado "gospel": uma parte boa da notícia

A revista Veja dessa semana traz mais uma matéria sobre a expansão da "cultura evangélica": o gênero de música "gospel" é o segundo mais consumido no país, atrás somente do sertanejo. Não é invenção da mídia, é um fato, e que certamente divide as opiniões, mesmo entre os evangélicos.
Por padrão, eu faço parte do time dos que não gostam disso, e críticas não são difíceis de encontrar: poderíamos falar sobre o foco exagerado na auto imagem dos artistas, da transformação da pregação cristã na promoção de um determinado estilo de vida (esquisito, por sinal), da igreja moldando sua mensagem ao que mais agrada e mais vende, do empobrecimento cultural, entre outras coisas. Mas isso é outro papo, não quero falar disso.
Quero apontar o que me chamou a atenção ao ler, que são duas qualidades do público consumidor da música gospel:

• Honestidade
O baixo índice de pirataria é comprovado (o que, aliás, torna isso um belo negócio para a Som Livre, a Sony, ...). A revista entende que esse público "acha pecado lograr o artista do qual é fã".

• Busca por coerência
"Tem que se cantar o que sente", disse um entrevistado. Há uma preocupação, pelo menos na maioria, em tentar agir conforme prega e vice-versa. Achei legal também que alguns olham com cautela para duvidosos artistas "recém-convertidos", já que é um mercado que está dando dinheiro.

Atitudes louváveis, geradas por valores corretos, numa época onde isso parece tão difícil de se encontrar.
Ou que sempre foi difícil, mas agora somos mais noticiados sobre tudo, e o que é ruim sempre aparece mais, e chama mais nossa atenção.

Deixo duas questões incômodas pra você e pra mim, cristão ou não, consumidor ou não de produtos "gospel":
– Financiamos o trabalho dos artistas que consumimos? Já aprendemos a pagar pelas produções intelectuais (coisas não palpáveis) que consumimos, como música, filmes, software, jogos, textos, imagens, notícias, ...? Ou vamos continuar tentando nos iludir que por encontrar fácil na internet nos dá direito de usufruir sem custos? Como bons civilizados só pagaremos por coisas/serviços que tenham cadeados, lacres, catracas, seguranças, câmeras, vigias?
– Cantamos com inteligência e sinceridade, só aquilo que de fato cremos e sentimos? Buscamos a coerência, aproximando nosso discurso da nossa prática?

maio 11, 2012

Índole ou convicções?

"Conheço pessoas com convicções cristãs 'corretas', mas com uma índole duvidosa.
Outras, com convicções cristãs 'duvidosas', mas uma índole correta.
Deus conhece o mais profundo de nossos corações. Aprendi que Ele, mais do que grandes realizações, abençoa as motivações, pelo fato de conhecer aquilo que é anterior a qualquer coisa que se veja. Assim, creio que Ele se agrade mais de uma boa índole do que de uma convicção 'correta'. Até porque, convicções corretas de fato, deveriam produzir uma índole melhor.
De minha parte, entre índoles e convicções, sem dúvida fico com a primeira..."

Por Fabricio Cunha
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